domingo, 30 de maio de 2010

TOCANDO EM FRENTE (Almir Sater e Renato Teixeira)

Belíssima Letra!


Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais
feliz quem sabe
 
Só levo a certeza de que muito pouco
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maças
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente conhecer
a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
levando a boiada
Eu vou tocando dias pela
longa estrada eu sou
Estrada eu vou
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maças
É preciso amor pra puder pulsar
É preciso paz pra puder sorrir
É preciso chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
No outro vai embora
Cada um de nós
Compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.
 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mãos dadas

Esse poema do Drummond é um dos meus favoritos...

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

***

Eu apenas queria que você soubesse...

Aí vai uma letra do Gonzaguinha para “todo mundo que me gosta”, como ele mesmo diz.
 

Eu apenas queria que você soubesse
 
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo, presa na poeira
 
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto, flor do seu carinho
 
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
 
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
 
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida...

***

A BUNDA DURA (Arnaldo Jabor)

Eis aqui mais um texto que recebi por e-mail e achei que valeria a pena compartilhar!!!!! Eu adorei... odeio futilidade!

Tenho horror a mulher perfeitinha. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, tá sempre na moda e é tão sorridente que parece garota-propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura!!!
Pois então, mulheres assim são um porre. Pior: são brochantes. Sou louco?
Então tá, mas posso provar a minha tese. Quer ver?

a) Escova toda manhã: A fulana acorda as seis da matina pra deixar o cabelo parecido com o da Patrícia Poeta. Perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão 'Alisabel', que é legal... Burra.

b) Na moda: Estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da Elle do mês. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS!
O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar desarrumada nem enquanto estiver transando.

c) Sorriso incessante: Ela mora na vila dos Smurfs? Tá fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipático com orgulho, só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro.

Coisa que, pra perfeitinha, não existe.. Aliás, ela nem sabe o que a palavra significa... Coitada.

d) Bunda dura: As muito gostosas são muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico, portanto não vai acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem H-O-R-R-O-R a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia: nada de tomar um bom vinho com você. Cerveja? Esquece!

Portanto:

É melhor vc ter uma mulher engraçada do que linda, aquela que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranquila e saudável, é desencanada e adora dar risada, do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (afinal todo avião tem pneu...). Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!!

Arnaldo Jabor

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A volta...

No sábado a tarde fiquei arrumando as fotos e mandando cada uma para os seus respectivos donos! Ainda sem acreditar que tudo tinha corrido tão bem assim. Foi uma noite inesquecível... o bom é que teria bis!!!

Arrumei-me e partir rumo a Sampa para o segundo dia! O friozinho na barriga já tinha passado um pouco, mas sempre fico agitada (mais do que já sou!!!).

Chegando lá logo quis entrar de novo. Não gosto de esperar quando estou tensa. Dentro da casa, novamente aquele clima gostoso. Casa cheia, meia luz e o burburinho da plateia.

Algumas senhoras mais velhas sentaram-se na mesa de trás à minha e logo começaram a falar sem parar. Eu nem me incomodei, mas prestei atenção nos assuntos o tempo todo. Divertia-me muito a cada comentário que faziam!

Não aguentei quando ficaram desesperadas só imaginado a emoção de tê-lo sussurrando palavras em seus ouvidos... Eu já tinha experimentado esta sensação na noite anterior!!! rsrs...

O show foi ótimo de novo. Cantei, me diverti muito. Talvez ninguém entenda porque, mas eu entendo e está tudo certo! A música dele me faz bem e ele diz que eu faço bem para ele também. (Aliás, ele me conhece e acompanha as minhas coisas muito mais do que eu imaginava que pudesse fazer!).

Fim do show, de novo! Mas antes que eles saíssem do palco JR conseguiu me surpreender novamente, fazendo um agradecimento e citando o meu nome no palco. Meu coração quase saiu pela boca, mas a primeira reação que tive foi imaginar que tivesse entendido alguma coisa errada em meio aos aplausos... porém, logo descobri que havia entendido direitinho.

Até as pessoas da equipe ficaram emocionadas junto comigo. E as pessoas que estavam em volta da minha mesa não entenderam nada!!! Mas, o que importa, né?! Eu entendi, e muito bem!

Hora de subir novamente. Várias pessoas querendo ir também, mas vieram apenas buscar a Mari! Quando a equipe foi questionada do porque só eu iria a resposta foi simples, mas surpreendente: "Porque ela é amiga dele!" rsrs... nunca tinha pensado nisso! Então tá, somos amigos!!! Sou mais uma na singela listinha de amigos dele, que reúne alguns caras bem chatos como o Elvis e o Harrison!

E as portas se abriram novamente para mim! A Mari é amiga dele e pode ficar a vontade. Então tá, subi e fiquei lá com os meus amiguinhos... Perdi a conta de quantos abraços recebi e de quantos comentários legais ouvi. Assunto vai, assunto vem e lá vem o JR novamente... Imaginem só quem foi a primeira pessoa que ele abraçou e para quem ele abriu aquele belo sorriso?! A Mari!!! E chegou com um presente para mim em suas mãos! Que graça de pessoa! Sempre fazendo questão de ser agradável comigo. Abraços, comentários sobre o show, ele perguntando a minha humilde opinião, que eu dou como se fosse especialista! rsrs... Deu corda, eu vou mesmo!

Novamente, ele teve que dar atenção para os outros também e eu fiquei só observando, rindo das situações engraçadas e brincando com a banda! Realmente nos demos bem, não dava para saber quem era mais brincalhão, eles ou eu! rsrs...

Tadinho do JR, tava cansado já quando se livrou da obrigação com os outros. Aí então veio de novo falar comigo, aliás, queria mesmo era um abraço amigo e eu pude sentir o cansaço misturado com o alívio quando ele se soltou em meus braços. Realmente foi um abraço de amigos verdadeiros. Com carinho verdadeiro. Foi aí que entendi o comentário que havia ouvido antes, "A Mari é amiga do JR". Ele realmente me considera como tal e confia em mim para a função.

Tiramos mais uma foto juntos e ele carinhoso como sempre, posando comigo de modo diferente do que posava com os outros. Realmente, a foto já não era mais entre fã e ídolo, mas sim entre amigos que se reencontraram.

Mais um pouquinho de conversa e hora de ir! Afinal, eles também precisam comer e já estava bem tarde!

Mas, antes de irmos embora, precisávamos nos despedir. E novamente tive o privilégio de tê-lo "whispering in my ear" uma frase que nunca imaginei ouvir de uma pessoa como ele: "Take good care of yourself, my sweet Mariana". Para aqueles que conhecem inglês, não será difícil de entender a emoção e o sentimento que uma frase como essa carrega!

Descemos. Cada membro da banda fez questão de se despedir pessoalmente de mim e com promessas de mantermos mais contato sempre. Eles realmente são incríveis.

"See you back soon!!!" Foi a frase que mais ouvi esse dia. E eu acho que será logo mesmo. Aliás, já estou escalada para ajudar em algumas coisinhas da próxima Brazilian Tour!

Feliz Feliz Feliz!!! Voltei para casa radiante e assim fiquei.

Mais feliz ainda fiquei no domingo quando estava olhando as minhas mensagens e li uma mensagem que recebi do batera contando a noite deles após o show. Nesta mensagem fiquei sabendo que conversaram bastante sobre mim, JR falando de mim com bastante empolgação, contando as coisas que faço, contando a importância da minha presença para ele (imaginem só!!!) e terminando com uma frase, digamos, de impacto: "JR loves you".

Bem, nem é preciso falar mais nada!!! O fecho de ouro já foi dado à história! Agora é esperar os próximos capítulos desta empolgante saga, que tem uma trilha sonora mais do que especial!!! rsrs...

(M.O.)

Lá em cima...

Cheguei! Já mais calma, afinal, deu certo!

E falante como sou, logo puxei assunto com as pessoas que também estavam lá enquanto eles não chegavam. Conheci pessoas legais e o assunto foi bem agradável. O italiano brasileiro que ficou de papo comigo logo se prontificou a nos apresentar... não quis ser chata e aceitei, mas sabia que não seria necessário.

Finalmente o JR chega! E, adivinhe só, com os braços abertos para um carinhoso abraço! Eu, que não sou boba nem nada, disse "I'm so glad to see you back!" e ele soltou aquele belo e melancólico sorriso que tem. Conversamos um pouco e ele me apresentou a um amigo brasileiro, dando ótimas referências a meu respeito. Acabei ganhando mais um amigo! Mas, as minhas surpresas estavam longe de acabar!

Na hora de escrever o meu nome eu quis confirmar se ele se lembrava e a resposta foi sim! Lembra-se de nome, sobrenome, apelido!!! Que orgulho!

Carinhoso como sempre, fez questão de desenhar um coração para mim... "So lovely" eu disse, ele novamente sorriu e me deu um abraço bem apertado.

Depois teve que dar atenção às outras pessoas também, mas me pediu para esperar que logo voltaria a falar comigo. Enquanto isso, fui explorando o ambiente, conversando com os velhos conhecidos e colocando o assunto em dia.

Quando ele volta, minha surpresa só aumenta. Sou levada por ele e apresentada a cada membro da banda (especialmente àqueles que ainda não me conheciam pessoalmente), sempre com ótimos comentários a meu respeito. Aí então acabei me tornando a estrela do backstage! Todos queriam conversar comigo, fazer perguntas, comentários, etc... Eles são muito brincalhões e eu também, aí fizemos a festa e demos boas risadas juntos.

Foi então que o JR chamou a todos para as fotos. Tiramos fotos só nós dois... com a minha máquina, mas também com a dele, para guardar de recordação do momento!

Reunimos toda a banda e posamos para fotos, brincando e falando a toa! Imagine eu entre músicos de tanto prestígio e há tantos anos. Fiquei mais do que lisonjeada. Todos queriam as fotos e fui incumbida de mandar! Vamos todos guardar o momento, que foi realmente único.

JR foi tão carinhoso que eu nem sabia bem como agir! Aliás, todos foram!!! Ficamos abraçados durante todas as fotos, brincávamos e ríamos juntos. Esses caras são ótimos. Até ajudei o batera a pronunciar algumas palavrinhas em português.

Depois de dar mais um pouco de atenção aos outros e de eu ficar de fotógrafa oficial, JR novamente veio e me abraçou carinhosamente... sempre muito brincalhão! E eu também!

Hora de ir! Afinal, todos temos que dormir. Mas, antes JR quis a confirmação de que eu estaria presente também na segunda noite. Todos perguntaram mais de uma vez e eu confirmei, claro!!! Não perderia o segundo dia por nada!

Então, nos despedimos com um "see you tomorrow" bem entusiasmado!

Descemos as escadas conversando e novamente tive que esperar mais fotos antes de sairmos. Tudo bem, eu já estava mais do que satisfeita mesmo. Saímos. JR no carro com os seguranças e dando tchauzinho pra mim de dentro do carro. O restante da banda e a equipe na van, todos falando tchau.

Fiquei super contente com os comentários que ouvi da equipe. Fui realmente tratada como estrela e com uma importância que nem eu mesma podia imaginar!

Time to go!
Back to Vinhedo! Amanhã tem mais!!!!

(M.O.)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Só começando...

Os momentos de realização e felicidade são únicos em nossa vida e temos que saber aproveitá-los ao máximo. E foi exatamente isso que fiz naquele final de semana!

Depois da tensão, do medo de não dar certo, daquele friozinho na barriga do ver para crer, lá estava eu entrando na casa de shows! Que delícia! Adoro o clima desses lugares. A meia luz, o som, as pessoas esperando a hora em que os artistas irão pisar no palco... fiquei lá em minha mesa só olhando em volta, sem perder qualquer detalhe!

Finalmente é chegada a hora. As luzes se apagam, as pessoas começam a aplaudir e eles entram! Estou pronta para curtir quase 2 horas de música boa! Como sempre, conheço e canto todas e rio das brincadeiras que eles fazem no palco. O set list é ótimo, recheado de grandes sucessos e novas canções que também gosto. Incrível como cantaram justamente as minhas preferidas do novo CD. Bom demais!

Ao longo do show fiz amizade com o pessoal da minha mesa... contamos piadas, eu respondi a uma bateria de questões, trocamos e-mails para manter contato e também para eu mandar as fotos da minha máquina. Adoro essas amizades que surgem do nada... sempre ganhamos muito conversando com pessoas tão diferentes.

A banda agradeceu e ameaçou ir embora. A plateia então foi à loucura!!! Todos queriam mais... e eles voltaram! Mais três músicas e eu já ansiosa, afinal, o show estava acabando!

Resumindo a história, o show do primeiro dia foi tudo de bom.

As cortinas se fecharam definitivamente, a luz foi acesa e a minha ansiedade só aumentava. É chegada a hora. Será que vai dar mesmo tudo certo? Será que as promessas serão cumpridas?! Coração bate forte... Vai dar certo!

De novo conheço mais alguns "fãs" que eu nem sabia que existiam... Estranho você ser reconhecia, chamada pelo nome por pessoas que você nunca viu na vida!

Enfim, fui atenciosa, mesmo estando tensa com a espera. Finalmente chega a minha hora... cumpriram com o pedido e o combinado! Vou rever meus queridos amigos!!!!! É hora de subir as escadas e colocar o assunto em dia, na medida do possível! Hey, let's go!!!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Gratidão

Nossos pais ensinam que é educado agradecer quando recebemos algo.
Eu, que fui bem educada, aprendi a dizer obrigada logo que comecei a falar...
Mas levei anos pra entender que não é só uma questão de educação... é necessidade... é filosofia de vida.

Agradecer é um dos atos mais felizes que alguém pode praticar.
Mas nem todo mundo sabe a importância da gratidão.
No meu entender, a gratidão deve vir antes do pedido.
Antes do prêmio.
Antes da conquista.
Dizer obrigado assim que a gente abre os olhos de manhã, é confiar no bem que está pra acontecer.
Parece complicado, mas é simples.

Quando a gente se acostuma a agradecer, percebe que as coisas fluem com mais confiança. mais certeza...
E o medo vai embora.
Dizer obrigado antes de desejar, é acreditar na realização.
Dizer obrigado em vez de lamentar, diminui as perdas.
Dizer obrigado nos coloca numa condição gostosa de viver nesse mundo. Quer coisa mais legal do que agradecer por estarmos vivos?

Experimenta só dizer obrigado por tudo o que você tem...
E pelo que nem tem ainda...
Você não faz ideia da energia positiva que essa simples palavrinha é capaz de atrair.
***

Nesses dias eu tenho agradecido, e muito, também a Deus! É impossível não agradecer diante de tantos presentes que recebo dEle. Acho que por isso consigo realizar sonhos até absurdos, coisas que parecem fora da minha realidade. Nunca me esqueço de agradecer por tudo o que recebo. Sei que Ele está sempre olhando por mim e que tem planos muito especiais para a minha vida.

OBRIGADA POR TUDO MEU DEUS!!!


domingo, 9 de maio de 2010

Our Hearts...

Como as histórias são muitas, dividirei cada momento em um texto...


Ele já mora em meu coração há tempos...
Agora descobri que também moro no dele!

Foram momentos inesquecíveis... conversas inesquecíveis...
pessoas maravilhosas... novas amizades...
fortalecimento das amizades já existentes!

Um previlégio incrível...
uma recepção mais incrível ainda!

As histórias estão só começando!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

VENHA VER O PÔR-DO-SOL

Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde. Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinha um jeito jovial de estudante. Minha querida Raquel. Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos. Veja que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que ideia, Ricardo, que ideia! Tive que descer do táxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima. Ele riu entre malicioso e ingênuo. Jamais? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa elegância! Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete léguas, lembra? Foi para me dizer isso que você me fez subir até aqui? perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. Hein?! Ah, Raquel... e ele tomou-a pelo braço. Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado... Juro que eu tinha que ver ainda uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume. Então? Fiz mal? Podia ter escolhido um outro lugar, não? Abrandara a voz. E que é isso aí? Um cemitério? Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro, carcomido pela ferrugem. Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo acrescentou apontando as crianças na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. Ricardo e suas ideias. E agora? Qual o programa? Brandamente ele a tomou pela cintura. Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr-do-sol mais lindo do mundo. Ela encarou-o um instante. Envergou a cabeça para trás numa risada. Ver o pôr-do-sol!... Ali, meu Deus... Fabuloso, fabuloso!... Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira, só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr-do-sol num cemitério... Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta. Raquel, minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo buraco da fechadura... E você acha que eu iria? Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se pudéssemos conversar um pouco numa rua afastada... disse ele, aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram-se formando em redor dos seus olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio desatento. Você fez bem em vir. Quer dizer que o programa... E não podíamos tomar alguma coisa num bar? Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende. Mas eu pago. Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é de graça e muito decente, não pode haver um passeio mais decente, não concorda comigo? Até romântico. Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava. Foi um risco enorme, Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que tive meus casos. Se nos pilha juntos, então sim, quero só ver se alguma das suas fabulosas ideias vai me consertar a vida. Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja, completamente abandonado prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos gemeram. Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui. É um risco enorme, já disse. Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se vem um enterro? Não suporto enterros. Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo.

O mato rasteiro dominava tudo. E não satisfeito de ter-se alastrado furioso pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrara-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira as alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram andando pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os pálidos, medalhões de retratos esmaltados. É imenso, hein? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, que deprimente exclamou ela, atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada. Vamos embora, Ricardo, chega. Ali, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambiguidade. Estou-lhe dando um crepúsculo numa bandeja, e você se queixa. Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre. Delicadamente ele beijou-lhe a mão. Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo. É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais. Ele é tão rico assim? Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro... Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as rugazinhas sumiram. Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra? Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo. Sabe, Ricardo, acho que você é mesmo meio tantã... Mas apesar de tudo, tenho às vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Quando penso, não entendo como aguentei tanto, imagine, um ano! É que você tinha lido A Dama das Camélias, ficou assim toda frágil, toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo agora? Nenhum respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição de uma laje despedaçada: minha querida esposa, eternas saudades leu em voz baixa. Pois sim. Durou pouco essa eternidade. Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido. Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja disse apontando uma sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de dentro da fenda, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as folhas... Esta a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer. Nem isso. Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou. Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim. Deu-lhe um rápido beijo na face. Chega, Ricardo, quero ir embora. Mais alguns passos... Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! Olhou para trás. Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta. A boa vida te deixou preguiçosa? Que feio lamentou ele, impelindo-a para a frente. Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr-do-sol. Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora as duas estão mortas. Sua prima também? Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos... Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas... Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus. Vocês se amaram? Ela me amou. Foi a única criatura que... Fez um gesto. Enfim, não tem importância. Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o. Eu gostei de você, Ricardo.' E eu te amei.. E te amo ainda. Percebe agora a diferença? Um pássaro rompeu cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu. Esfriou, não? Vamos embora. Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos. Pararam diante de uma capelinha coberta: de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombros do Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.

Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da capelinha. Que triste que é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui? Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu, melancólico. Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da minha dedicação, certo? Mas já disse que o que mais amo neste cemitério é precisamente este abandono, esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou total. Absoluta. Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na semiobscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento. E lá embaixo? Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la. A cômoda de pedra. Não é grandiosa? Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor. Todas essas gavetas estão cheias? Cheias?... Só as que têm o retrato e a inscrição, está vendo? Nesta está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe prosseguiu ele, tocando com as pontas dos dedos num medalhão esmaltado embutido no centro da gaveta. Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz. Vamos, Ricardo, vamos. Você está com medo. Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio! Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado. A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato, duas semanas antes de morrer... Prendeu os cabelos com uma fita azul e veio se exibir, estou bonita? Estou bonita?... Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente. Não é que fosse bonita, mas os olhos... Venha ver, Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus. Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada. Que frio faz aqui. E que escuro, não estou enxergando ! Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira. Pegue, dá para ver muito bem... Afastou-se para o lado. Repare nos olhos. Mas está tão desbotado, mal se vê que é uma moça... Antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente. Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil e oitocentos e falecida... Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel. Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem anos! Seu menti... Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por detrás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso. Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso! Brincadeira mais cretina! exclamou ela, subindo rapidamente a escada. Não tem graça nenhuma, ouviu? Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás. Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! ordenou, torcendo o trinco. Detesto este tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida! - Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta tem uma frincha na porta. Depois vai se afastando devagarzinho, bem devagarzinho. Você terá o pôr-do-sol mais belo do mundo. Ela sacudia a portinhola. Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente! Sacudiu a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso. Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra... Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque. Boa noite, Raquel. Chega, Ricardo! Você vai me pagar!... gritou ela, estendendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo. Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos! exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando. Não, não... Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando, as duas folhas escancaradas. Boa noite, meu anjo. Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se, entre eles houvesse cola. Os olhos rodavam pesadamente numa expressão embrutecida. Não. Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de repente, o grito medonho, inumano: NÃO! Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de, um animal sendo, estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora, qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.


Lygia Fagundes Telles

sábado, 1 de maio de 2010

Estatuto do Homem

Eis aqui um trecho do Estatuto do Homem, de Thiago de Mello. Uma delícia!


“Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.

Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem”.

A vida só é possível reinventada

Mais uma das minhas favoritas: Cecília Meireles. Esses versos me inspiram muito; é possível se redescobrir e se reinventar a cada dia.



Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas…
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas de ilusionismo… — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço…
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada...

Um poeta por ele mesmo... Mário Quintana

“Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de autossuperação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras.”

 
E é por isso que me identifico tanto com a poesia do Quintana.... Ele fala nessa entrevista exatamente o que eu falaria sobre mim!