quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Bob Dylan

"I think of a hero as someone who understands the degree of responsibility that comes with his freedom."

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Este Natal

— Este Natal anda muito perigoso — concluiu João Brandão, ao ver dois PM travarem pelos braços o robusto Papai Noel, que tentava fugir, e o conduzirem a trancos e barrancos para o Distrito. Se até Papai Noel é considerado fora-da-lei, que não acontecerá com a gente?
Logo lhe explicaram que aquele era um falso velhinho, conspurcador das vestes amáveis. Em vez de dar presentes, tomava­os das lojas onde a multidão se comprime, e os vendedores, afobados com a clientela, não podem prestar atenção a tais manobras. Fora apanhado em flagrante, ao furtar um rádio transistor, e teria de despir a fantasia.
— De qualquer maneira, este Natal é fogo — voltou a ponderar Brandão, pois se os ladrões se disfarçam em Papai Noel, que garantia tem a gente diante de um bispo, de um almirante, de um astronauta? Pode ser de verdade, pode ser de mentira; acabou-se a confiança no próximo.
De resto, é isso mesmo que o jornal recomenda: "Nesta época do Natal, o melhor é desconfiar sempre”.Talvez do próprio Menino Jesus, que, na sua inocência cerâmica, se for de tamanho natural, poderá esconder não sei que mecanismo pérfido, pronto a subtrair tua carteira ou teu anel, na hora em que te curvares sobre o presépio para beijar o divino infante.
O gerente de uma loja de brinquedos queixou-se a João que o movimento está fraco, menos por falta de dinheiro que por medo de punguistas e vigaristas. Alertados pela imprensa, os cautelosos preferem não se arriscar a duas eventualidades: serem furtados ou serem suspeitados como afanadores, pois o vende­dor precisa desconfiar do comprador: se ele, por exemplo, já traz um pacote, toda cautela é pouca. Vai ver, o pacote tem fundo falso, e destina-se a recolher objetos ao alcance da mão rápida.
O punguista é a delicadeza em pessoa, adverte-nos a polícia. Assim, temos de desconfiar de todo desconhecido que se mostre cortês; se ele levar a requintes sua gentileza, o melhor é chamar o Cosme e depois verificar, na delegacia, se se trata de embaixador aposentado, da era de Ataulfo de Paiva e D. Laurinda Santos Lobo, ou de reles lalau.
Triste é desconfiar da saborosa moça que deseja experimentar um vestido, experimenta, e sai com ele sem pagar, deixando o antigo, ou nem esse. Acontece — informa um detetive, que nos inocula a suspeita prévia em desfavor de todas as moças agradáveis do Rio de Janeiro. O Natal de pé atrás, que nos ensina o desamor.
E mais. Não aceite o oferecimento do sujeito sentado no ônibus, que pretende guardar sobre os joelhos o seu embrulho.
Quem use botas, seja ou não Papai Noel, olho nele: é esconderijo de objetos surrupiados. Sua carteira, meu caro senhor, deve ser presa a um alfinete de fralda, no bolso mais íntimo do paletó; e se, ainda assim, sentir-se ameaçado pelo vizinho de olhar suspeito, cerre o bolso com fita durex e passe uma tela de arame fino e eletrificado em redor do peito. Enterrar o dinheiro no fundo do quintal não adianta, primeiro porque não há quintal, e, se houvesse, dos terraços dos edifícios em redor, munidos de binóculos, ladrões implacáveis sorririam da pobre astúcia.
Eis os conselhos que nos dão pelo Natal, para que o atravessemos a salvo. Francamente, o melhor seria suprimir o Natal e, com ele, os especialistas em furto natalino. Ou — idéia de João Brandão, o sempre inventivo — comemorá-lo em épocas incertas, sem aviso prévio, no maior silêncio, em grupos pequenos de parentes, amigos e amores, unidos na paz e na confiança de Deus.
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Carlos Drummond de Andrade
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"Organiza o Natal"

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.E será Natal para sempre.
***
Carlos Drummond de Andrade
***

Vinicius de Moraes...

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
***

sábado, 20 de dezembro de 2008

Pegadas na Areia

"Uma noite eu tive um sonho…
Sonhei que estava andando com o Senhor, e através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que se passava percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia:
um era o meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que, muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei, também, que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver.
Isso entristeceu-me deveras, e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, mas notei que , durante as maiores atribulações do meu viver, havia na areia dos caminhos da vida apenas um par de pegadas. Não compreendo por que, nas horas que eu mais necessitava de Ti. Tu me deixaste.
O Senhor me respondeu:
- Meu precioso filho, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas de tua prova e do teu sofrimento.
Quando viste na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que Eu, nos braços te carreguei…"
"Begin with the end in mind." - Stephen Covey

Merry Christmas AND HAPPY NEW YEAR!!!

Desejo que o Ano Novo que se inicia você realmente....
Ouça as palavras que sempre desejou ouvir.
Pronuncie as frases que um dia desejou repetir.
Sinta a emoção que sempre esperou sentir.
Caminhe pelos trilhos que um dia desejou seguir.
Divida o carinho com quem sempre desejou repartir.
Abrace todos os amigos que sempre desejou reunir,
e viva a vida que sempre sonhou existir....

MERRY XMAS AND HAPPY NEW YEAR!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Definitivo - Carlos Drumond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"O Ano Novo ainda não tem pecado:
É tão criança...
Vamos embalá-lo...
Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas,
A canção da eterna esperança."

Mário Quintana

domingo, 7 de dezembro de 2008

Crazy & Saints - Oscar Wilde


I choose my friends not by their skin or other archetype, but by the pupil.
They have to have questioning shine and unsettled tone.
I'm not interested in the good spirits or the ones with bad habits.
I'll stick with the ones that are made of me being crazy and blessed.
From them, I don't want an answer, I want to be reviewed.
I want them to bring me doubts and fears and to tolerate the worst of me.
But that only being crazy.
I want saints, so they daunt doubt differences and ask for forgiveness for injustices.
I choose my friends for their clean face and their soul exposed.
I don't just want a man or a skirt, I also want his greatest happiness.
A friend that doesn't laugh together doesn't know how to cry together.
All my friends are like that, half foolish, half serious.
I don't want foreseen laughter or cries full of pity.
I want serious friends, those that make reality their fountain of knowledge, but that fight to keep fantasy alive.
I don't want adult or boring friends.
I want half kids and half elderly.
Kids, so they don't forget the value of the wind blowing on their faces and elderly people so they're never in a hurry.
I have friends to know who I am.
Then seeing them as clowns and serious, crazy and saints, young and old, I will never forget that 'normalcy' is a sterile and imbecile illusion.

(Oscar Wilde)

sábado, 15 de novembro de 2008

True Love!!!

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove
O, no! It is an ever-fixed mark,
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth’s unknown, although his height be taken
Love’s not Time’s fool, though rosy lips and cheeks
Within the bending sickle’s compass come;
Love alters not with his brief hours and weeks
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error, and upon me prov’d,
I never writ, nor no man ever lov’d.
(Willian Shakespeare)
Inigualável....

O Soneto 116 de W. Shakespeare fala sobre o verdadeiro sentido do Amor. Dizendo que um sentimento verdadeiro não se deixa influenciar por interferências externas, não muda diante das dificuldades, Shakespeare diz que o Amor é um marco fixo, que enfrenta tempestades, mas que nunca se abala. O amor é a estrela que guia o navegante que está à deriva... O Amor não muda com o tempo, não passa como passa a juventude... não tem limites, não diminue... só a morte é capaz de findá-lo.
A chave de ouro que fecha o poema disse que se alguém conseguir provar que tudo o que foi dito no poema está equivocado, então Shakespeare jamais escreveria novamente, ou então nenhum homem jamais amou...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Love's Philosophy


The fountains mingle with the river,

And the rivers with the ocean;

The winds of heaven mix forever,

With a sweet emotion;

Nothing in the world is single;

All things by a law divine

In one another's being mingle;

-- Why not I with thine?


See! the mountains kiss high heaven,

And the waves clasp one another;

No sister flower would be forgiven,

If it disdained it's brother;

And the sunlight clasps the earth,

And the moonbeams kiss the sea;

-- What are all these kissings worth,

If thou kiss not me?


by Percy Bysshe Shelley

A Red, Red Rose


Oh my luve is like a red, red rose,

That's newly sprung in June:

Oh my luve is like the melodie,

That's sweetly play'd in tune.


As fair art thou, my bonie lass,

So deep in luve am I;

And I will luve thee still, my dear,

Till a' the seas gang dry.


Till a' the seas gang dry, my dear,

And the rocks melt wi' the sun;

And I will luve thee still, my dear,

While the sands o' life shall run.


And fare thee weel, my only luve!

And fare thee weel a while!

And I will come again, my luve,

Tho' it were ten thousand mile!



Robert Burns

Sonnet CXIII by Shakespeare!!!

CXIII
Since I left you, mine eye is in my mind;
And that which governs me to go about
Doth part his function and is partly blind,
Seems seeing, but effectually is out;
For it no form delivers to the heart
Of bird, of flower, or shape which it doth latch:
Of his quick objects hath the mind no part,
Nor his own vision holds what it doth catch;
For if it see the rud'st or gentlest sight,
The most sweet favour or deformed'st creature,
The mountain or the sea, the day or night,
The crow, or dove, it shapes them to your feature.
Incapable of more, replete with you,
My most true mind thus maketh mine eye untrue.
***
The sonnet CXIII written by Shakespeare is about a lover that was abandoned by his sweetheart and from that moment on his eyes are focused in his mind, so the eyes are governing his actions and are working only partly, because they are also blind. It seems the eyes are seeing perfectly, but they are not, so they do not deliver images of birds, of flowers or shape to his heart because they latch them all, so his mind has no idea about these quick objects that he has; nor his own sight can hold what it catches. Even if it sees the rudest or the gentlest sight, or if it sees the sweetest favour or the most deformed creature, mountains or seas, day or night, crows or doves it cannot actually see the differences, because the lover’s eyes shape everything to the feature of his sweetheart, once they are incapable of doing more, just because they are replete with her. The loved one is his most true mind thus that she made his eyes untrue.

Love is all around...

Love is all around...
in everything you do,
in everything you touch,
in everything you think,
in every breathe you take,
in every word you say,
in every song you listen to,
in every book you read,
in ever poetry you write...
Love is all around your life
but, if it's not,
you have no life...
Cause's Love is the essence of everything!!!
(by Mari Ormenese)

This is Shakespeare....

* "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."

* "É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada."

* "Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor."

* "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."

* "Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia."

* "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

* "Ser grande é abraçar uma grande causa."

* "Os homens de poucas palavras são os melhores."

* "É preferível suportar os males que temos do que voar para aqueles que não conhecemos."

* "A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe."

* "A alegria evita mil males e prolonga a vida."

[...]

Vida: o tudo e o nada

Vida: conceito abstrato que nos remete a inúmeras definições, mas a nenhuma certeza. O que somos? De onde surgimos? Para onde iremos? Estamos sozinhos no universo? O que consideramos vivo? Humano? Digno?
Religiões distintas têm definições também distintas sobre o conceito de vida humana; porém, a grande maioria a considera sagrada, um bem divino. Mas será que só deveríamos atentar para o ser humano? Os animais e plantas também são dotados de vida e, no entanto, suas vidas estão banalizadas nas mãos de seres humanos que, em nome de seu próprio bem-estar, sacrificam milhares de seres vivos dentro de laboratórios de experimentação, com o desmatamento das florestas, a poluição.
A partir de qual instante a vida surge? Hoje há uma grande discussão em torno do uso de células-tronco embrionárias pela ciência. O ponto conflitante é exatamente a definição do momento em que a vida se inicia. A Igreja Católica considera o surgimento da vida a partir do momento da fecundação, porém os cientistas não concordam e acreditam não ser antiético utilizar tais células para tentar salvar vidas. Paradoxo ou não, a polêmica consiste no sacrifício de vidas para salvar outras.
Hoje, também, há uma exacerbada preocupação da ciência com os possíveis tipos de vida extraterrestre. Ninguém sabe afirmar ao certo se existem ou não e o quê poderia ser considerado vivo. Porém, como sempre, o ser humano é contraditório e, enquanto gasta milhões em pesquisas espaciais, muitas vidas na Terra estão perdendo sua dignidade, perdendo seu direito de viver. Guerras, declaradas ou não, são cada vez mais constantes; a fome é um problema que está longe de ser resolvido. Pessoas, animais, plantas estão sendo banalizados. A vida para eles já é um nada.
A vida é, pois, tudo; é o maior presente que recebemos e que nos torna semelhantes e igualmente dignos. Porém, tem se tornado um nada diante da irracionalidade do ser que se autodenomina “racional” em detrimento dos demais seres, também dotados do mesmo sopro de vida.
(by Mari Ormenese)