quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Vida: o tudo e o nada

Vida: conceito abstrato que nos remete a inúmeras definições, mas a nenhuma certeza. O que somos? De onde surgimos? Para onde iremos? Estamos sozinhos no universo? O que consideramos vivo? Humano? Digno?
Religiões distintas têm definições também distintas sobre o conceito de vida humana; porém, a grande maioria a considera sagrada, um bem divino. Mas será que só deveríamos atentar para o ser humano? Os animais e plantas também são dotados de vida e, no entanto, suas vidas estão banalizadas nas mãos de seres humanos que, em nome de seu próprio bem-estar, sacrificam milhares de seres vivos dentro de laboratórios de experimentação, com o desmatamento das florestas, a poluição.
A partir de qual instante a vida surge? Hoje há uma grande discussão em torno do uso de células-tronco embrionárias pela ciência. O ponto conflitante é exatamente a definição do momento em que a vida se inicia. A Igreja Católica considera o surgimento da vida a partir do momento da fecundação, porém os cientistas não concordam e acreditam não ser antiético utilizar tais células para tentar salvar vidas. Paradoxo ou não, a polêmica consiste no sacrifício de vidas para salvar outras.
Hoje, também, há uma exacerbada preocupação da ciência com os possíveis tipos de vida extraterrestre. Ninguém sabe afirmar ao certo se existem ou não e o quê poderia ser considerado vivo. Porém, como sempre, o ser humano é contraditório e, enquanto gasta milhões em pesquisas espaciais, muitas vidas na Terra estão perdendo sua dignidade, perdendo seu direito de viver. Guerras, declaradas ou não, são cada vez mais constantes; a fome é um problema que está longe de ser resolvido. Pessoas, animais, plantas estão sendo banalizados. A vida para eles já é um nada.
A vida é, pois, tudo; é o maior presente que recebemos e que nos torna semelhantes e igualmente dignos. Porém, tem se tornado um nada diante da irracionalidade do ser que se autodenomina “racional” em detrimento dos demais seres, também dotados do mesmo sopro de vida.
(by Mari Ormenese)

Nenhum comentário: