Hoje resolvi discutir os três famosos temas sem discussão: política, futebol e religião. Tudo isso para falar sobre a alienação do povo brasileiro em relação a estes três temas cotidianos.
Tenho observado bastante as atitudes, comentários etc e não consigo deixar de ficar alarmada diante de tamanha submissão do brasileiro.
Não sou contra qualquer tipo de crença e/ou religião, não estou fazendo campanha para nenhum político em especial, nem sou uma fanática apaixonada por futebol. Sou apenas uma pessoa observadora e com um senso crítico mais aguçado, talvez pelas leituras que costumo fazer.
Enfim, parece que o povo perdeu o seu senso crítico, que não é mais capaz de perceber quando está sendo manipulado, sendo levado quase ao ridículo. As pessoas perderam a sua capacidade de discernir entre o que é certo e o que é absurdo!
Comecemos falando de religião. Acho interessante como as pessoas se deixam levar pelas ideias e devaneios dos outros e adotam aquilo como verdade absoluta para as suas vidas. Não é raro encontrar pessoas que levam as palavras dos padres ou pastores até as últimas consequências. Esses religiosos exercem um poder enorme de manipulação sobre o povo. Alguns fiéis chegam ao absurdo de entregar mais dinheiro à sua igreja do que o seu orçamento permite apenas porque foi dito que isso deveria ser feito. Algumas pessoas cometem atos extremos em nome de suas crenças.
Ter uma religião é uma bênção, um conforto para a alma e uma fonte de sabedoria para a vida, mas é preciso saber discernir entre o que cabe à nossa existência e o que não faz qualquer sentido. Imagino que muitas pessoas amarrariam uma corda em seus pescoços e se matariam se um pastor dissesse que esta é a atitude mais acertada perante Deus! É preciso ter cuidado. O dinheiro é o senhor maior destes três assuntos que discuto hoje e é ele quem dá as cartas.
É nítido e claro que a grande maioria das instituições religiosas, políticas ou ligadas ao futebol hoje visa (e muito) ao lucro financeiro. Portanto, é preciso cuidado, é preciso ficar alerta e não levar tão a sério tudo o que é dito.
Também fico intrigada com a capacidade de manipulação do futebol. As pessoas ficam cegas diante deste jogo, as vezes se matam por uma causa que não é delas. Quando o nosso time do coração vence é gostoso, ficamos contentes, mas não ganhamos absolutamente nada com isso. O salário e os prêmios não são nossos! O que mais me chama a atenção é que as pessoas lutam com muito mais fervor por seu time do coração ou pela seleção brasileira em época de Copa, por exemplo, do que lutam pelos seus próprios direitos; direitos estes que garantiriam a todos condições melhores de vida.
E por último, falando de política. Ah, esse caso é sério! Nosso país já teve um povo bem mais consciente de seu civismo no passado. Interessante notar que as maiores manifestações aconteceram sempre durante os momentos mais críticos de nossa história: as ditaduras da era Vargas e a Militar.
Será que só sabemos tomar consciência das coisas quando passamos por situações extremas? Por que deixar as coisas chegarem a este ponto? Por que não lutamos antes? É comum vermos povos do mundo todo lutando por seus direitos e ideais. Então, por que o brasileiro é tão acomodado? Será que é o espírito de colônia que continua falando mais alto em nosso país?
Penso, penso e não consigo chegar a uma conclusão. O mais triste é saber que nada disso vai mudar. A cada dia surgem novas igrejas, novas provas de que a manipulação dá certo e é lucrativa. A cada dia vemos mais pessoas aficionadas por futebol, encarando cada partida como se fosse uma batalha pessoal. E finalmente, a cada dia nos aproximamos mais das eleições... e, o que deveria representar esperança, só confirma o que já vimos em outros momentos: vamos continuar sem opções de bons políticos para votar, vamos continuar vendo brigas e acusações entre candidatos que não nos levam a lugar nenhum, vamos continuar vendo pessoas que vendem o seu voto (seu único instrumento de reação contra todo esse sistema que aí está) por míseros agrados financeiros.
De fato, esses 3 temas não têm mesmo discussão... nem solução!
(M.O.)
AS INDAGAÇÕES
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
(Mário Quintana)
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