sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A Cidade da Minha Infância...

Vinhedo. A doce e calma cidade da minha infância, que tantas histórias viu, que a tantos bons momentos ajudou a dar vida... A minha querida cidade, a cidade de meus pais, avôs e avós, tios, tias... A cidade que não era e nem nunca será o tão comentado “principado”, mas que era para mim um reduto de tranquilidade e paz. Pois bem (ou deveria dizer “pois mal”?), hoje vejo esta mesma cidade completamente transformada. Uma transformação brutal e que a torna cada dia mais irreconhecível. O QUE ACONTECEU COM A CIDADE DA MINHA INFÂNCIA?! Parece que ela sumiu! Parece que ela ficou presa em algum lugar do passado... Hoje, a cidade que vejo, já para mim não é a mesma cidade de Vinhedo que me viu nascer e crescer!

Sei que o progresso faz parte de nossas vidas, que não podemos mais viver sem ele, e nem sou contra ele. Mas, o que tem me incomodado nos últimos tempos é que o “progresso” virou desculpa para tudo o que fazemos de errado. Tomando Vinhedo como exemplo, graças ao “progresso” nossos governantes têm destruído nossa cidade. Como? Construindo muito mais loteamentos do que a nossa estrutura municipal comporta, construindo casas populares que só abrigam pessoas que vêm de outras cidades, outros estados... fazendo uma propaganda enganosa, dizendo que aqui é um paraíso. Paraíso era quando conseguíamos brincar nas ruas, andar de bicicleta sem correr riscos, ter aquele portão e muro baixinhos em frente à nossa casa, quando, no máximo, alguém roubaria uma muda de flor de nossos jardins. Paraíso era quando conhecíamos as famílias e seus membros... sabíamos quando alguém tinha comprado um carro novo, por exemplo, porque poucos eram os carros que cruzavam as nossas ruas.

Hoje não vejo paraíso algum por aqui. O que vejo é uma cidade superlotada, desestruturada, violenta e, acima de tudo, uma cidade falsa. Falsa porque ainda insiste em esconder os seus problemas, não fala neles para não acabar com a sua FALSA imagem de paraíso/principado do interior.

De que adianta encobrir os fatos, evitar que sejam publicados pela mídia, quando já se tem medo de andar pelas ruas? Confesso que já não saio mais sozinha após o entardecer. Já não vejo as crianças da minha rua brincando livres. Nossa casa agora tem muros altos e portões trancados a chave dia e noite.

Já não vejo muitos rostos conhecidos pelas ruas... vejo muito mais pessoas que até me causam apreensão... Vivemos sabendo de casos de violência de todo tipo por aqui.

O que tem me chamado bastante atenção também é o trânsito. Ele está ficando infernal...cada vez pior, mais congestionado e violento. E fazendo vítimas fatais. Esta semana foi um membro da minha família, quem sabe quem será o próximo?

Hoje, na volta do trabalho, fiquei contados 7 minutos para conseguir atravessar apenas uma rua e mesmo assim tive que atravessar correndo porque os carros já avançavam. A falta de respeito e cooperação no trânsito tem se tornado frequente e, o que outrora eram calmas e pacatas ruas, hoje são movimentadas avenidas, cheias de motoristas apressados, que não querem perder um segundo de seu tempo, mas que parecem não se importar em tirar a vida de uma pessoa. Volto a perguntar: O QUE ACONTECEU COM A CIDADE DA MINHA INFÂNCIA?! Se alguém souber a resposta, por favor, me avise... e mais ainda, se souber de uma solução ou tiver alguma fórmula mágica para voltarmos no tempo. Porque hoje, o que eu mais queria era aquela cidade da minha infância de volta.

M.O.

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